Infanto Juvenil
Discutir a questão do "fazer literatura infantil" na contemporaneidade, assim como a utilização desse tipo de literatura como aporte importante no aprendizado da criança, implica considerar o contexto pós-industrial em que vivemos, levar em conta sobretudo, o seu modelo de desenvolvimento, calcado no avanço das novas tecnologias de informação e de comunicação e no seu alastramento a quase todos os domínios da vida social.
Alguns pensadores já encontraram algumas metáforas para definir a contemporaneidade; muitos categorizam a época atual como "era tecnológica", ou
"sociedade informacional"; esse processo de desenvolvimento que ganhou maior impulso com a revolução industrial, a princípio, organizou nos grandes sistemas industriais a produção, a circulação e a distribuição de bens materiais (automóveis, vestimentas, cosméticos, alimentação, etc.), e aos poucos alcançou o domínio da produção cultural, organizando do mesmo modo, em escala comercial, a produção, a circulação e a distribuição dos chamados bens culturais nas áreas da música, do cinema e da arte de um modo geral, aí estava incluída a literatura, em suas diversas modalidades. O século XX deu um particular e grandioso impulso a essa trajetória desenvolvimentista. A tal ponto que estamos vivenciando hoje, a supremacia da televisão como meio produtor e distribuidor de bens culturais, ao lado da informática e de suas múltiplas possibilidades.
Temos então, por um lado, uma supervalorização do mercado e do consumo; por outro lado, as novas tecnologias influenciando tanto na criatividade, no
"fazer" artístico, como na fruição dessas produções. A criança, sobretudo, absorve com muita facilidade esse cenário das novas tecnologias e as suas produções, visto que, como alguns de nós, elas já nasceram com esses novos meios incorporados à sua vida cotidiana; elas não têm um quadro anterior de referências que se confronte com essa nova realidade tecnológica; é gozado