Impasses comerciais entre Brasil e EUA,desde 2007

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, desembarcou no Brasil na terça-feira, onde se reunirá nesta quarta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O principal tema do encontro deverá ser o programa nuclear do Irã e o estreitamento das relações do Brasil com Mahmoud Ahmadinejad. Ao longo do tempo, os governos brasileiros e americanos alternaram períodos de cooperação política, disputas comerciais e alguns atritos diplomáticos.
No período entre 1995 e 2000, coincidiram os mandatos de Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton. No plano pessoal e político, houve grande sintonia entre os dois presidentes, a ponto de Clinton empenhar-se pessoalmente no socorro financeiro ao Brasil. No plano econômico, porém, Brasil e EUA chegaram a impasses. Os Estados Unidos queriam ampliar mais o acesso de produtos e serviços ao mercado latino-americano – principalmente o brasileiro – por meio da Área de Livre Comércio das Américas, a Alca. Já o Brasil, argumentava que expor os setores produtivos brasileiros à competitividade incomparável do gigante americano seria um desastre de alto custo econômico e social.
A Alca ainda nortearia as relações Brasil-EUA nos anos seguintes. Em uma clara tentativa de confrontar a hegemonia americana no continente sul-americano, o então presidente FHC realizou em 2000 uma reunião com os presidentes de onze países vizinhos para discutir questões regionais como democracia, narcotráfico e guerrilhas. Mais: os participantes do encontro sentiam que, juntos, teriam melhores condições de enfrentar o poder dos Estados Unidos na negociação da Alca. Nada foi dito no encontro que pudesse estabelecer qualquer superioridade brasileira sobre os vizinhos, mas estava evidente para todos os participantes que o Brasil está assumindo a condição de líder regional.
Dois anos depois, recém-eleito, o presidente Lula foi à Casa Branca moldar a parceria dos próximos anos. Em dezembro daquele ano, o encontro foi amistoso mas pouco ficou de fato decidido no Salão