História

Na Batalha de Alcácer Quibir, desaparece o Rei D. Sebastião e muitos dos portugueses que o acompanharam. Tal situação leva a uma crise sucessória que conduz Portugal ao domínio da coroa espanhola. É neste meio que D. Madalena de Vihena, (supostamente viúva de D. João de Portugal, um nobre que tal com D. Sebastião desapareceu na Batalha de Alcácer Quibir), se casa com o homem que amou desde a primeira vez que o viu, Manuel de Sousa Coutinho. Fruto desta relação, aprovada pelas famílias de Manuel de Sousa Coutinho e de D. Madalena de Vihena e também pela própria família de D. João, Maria, uma criança muito viva, perspicaz e curiosa, mas de doçura extrema e dedicação aos pais e ao seu aio Telmo Pais.
Telmo já tinha servido anteriormente D. João de Portugal e por ele sempre sentiu exclusiva dedicação, e nunca acreditou que D. João de Portugal tinha morrido. Aliada esta crença á curiosidade de Maria, Almeida Garrett cria um ambiente de mistério que se materializa em Madalena, que vive aterrada com a ideia de que seu primeiro marido regresse, fazendo cair em desgraça o seu amor e a sua filha.
A mudança de Lisboa para Almada, por parte dos representantes do rei castelhano em Portugal, mais especificamente para a casa de Manuel de Sousa Coutinho, levam o nobre português a incendiar a sua própria casa tendo de se instalar na casa de D. Madalena, aquela que partilhava com D. João durante o seu primeiro casamento, o que a deixa ainda mais angustiada. Na primeira semana na sua antiga casa, aparece um romeiro que diz trazer um recado para D. Madalena e que apenas a ela lho dará. O romeiro, que se vem a verificar ser D. João, desaparecido há 21 anos precisamente, desencadeia uma resolução por parte dos pais de Maria de se entregarem á vida espiritual e abandonar a terrena. E é no momento que ambos fazem os votos que Maria, tuberculosa, surge cobrando amor dos pais, alegando injustiça divina e é fulminada por um último ataque que a deixa morta no chão, acentuando a tragédia