Historia da escravidão p crianças

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3. Relações Raciais e Culturais na Escravidão Brasileira

O regime alimentar brasileiro foi dos mais deficientes e instáveis. A ponto de Gilberto Freyre afirmar que “Por ele possivelmente se explicarão importantes diferenças somáticas e psíquicas entre o europeu e o brasileiro, atribuídas exclusivamente à miscigenação e ao clima (Freyre, 2002, p. 106). A monocultura e a pobreza química dos alimentos tradicionais contribuíram sobremaneira para a má alimentação da população local, além da irregularidade no suprimento e da má higiene na conservação e na distribuição de grande parte desses gêneros alimentícios. Por mais que certos autores exagerem na influência da dieta brasileira para o alto índice de mortandade (Freyre, 2002), deve-se admitir sua contribuição para o baixo crescimento vegetativo da população escrava e para a
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crescente necessidade de importar cativos, como já citado. Como lembra Rugendas, no Viagem Pitoresca Através do Brasil, a alimentação do negro teria sido parcimoniosa se não tivessem os negros a possibilidade de melhorá-la com frutas, legumes selvagens e mesmo caça (Freyre, 1998). Além disso, Rugendas salienta que os empregados do serviço doméstico tinham alimentação “boa”, melhor do que aqueles que trabalhavam no eito (Freyre, 1998). A base da alimentação consistia em feijão, angu, farinha e algumas vezes charque e toucinho – o inhame, a mandioca, a abóbora eram raros para os escravos. “A insistência com que os publicistas desse período recomendavam aos senhores que alimentassem melhor os escravos e lhes dessem melhor assistência é testemunho da insuficiência desse tratamento na maioria das fazendas” (Costa, 1999, p. 286). Mal nutridos, afetados por doenças, submetidos a intenso horário de trabalho, que atingia dezesseis a dezoito horas diárias, os escravos morriam em massa. A duração média da força de trabalho era de quinze anos. A mortalidade infantil atingia 88% (Costa, 1999). A necessidade de

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