Graciliano ramos
*Características
O regionalismo de Graciliano Ramos pode ser considerado um acidente nascido da imposição biográfica. O Nordeste que surge de sua obra não é a tentativa de elaborar uma sucessão de painéis em que se procura, simplesmente, mostrar o homem e a vida típicos daquela região. Acima de tudo, o que interessa a Graciliano é o drama, social e psicológico, que massacra o homem, que anula sua dignidade. Nesse sentido, Vidas secas, por exemplo, não se restringe a episódios que retratam a vida precária de certa família de retirantes, mas apresenta pessoas sem esperança, submetidas à vontade dos poderosos e aos caprichos da natureza. O próprio linguajar dos personagens - frases soltas e incompletas, monossílabos-revela como, presos à luta pela sobrevivência, encontram-se apartados de tudo que é humano. Não por outro motivo, o personagem de maior "humanidade" é a cachorra Baleia. Além disso, Vidas secas representa o ponto de chegada do apuro linguístico e do sintetismo desse grande escritor.
*Contexto Histórico
Graciliano Ramos é considerado um dos maiores escritores brasileiros, sendo um dos representantes do chamado "romance de 30", ou neorealismo, inaugurado com o romance "A Bagaceira" (1928), de José Américo de Almeida.
Ele publicou seu primeiro livro aos 36 anos de idade, em 1933, "Caetés", romance que ele vinha escrevendo desde 1925. O livro traz o pessimismo que marcou sua obra. Um ano depois, publicou "São Bernardo".
A prisão, que marcou sua vida e obra, em março de 1936, aconteceu em plena ditadura Vargas. O livro "Angústia" foi lançado em agosto de 1937, depois que ele foi solto, e ganhou o prêmio Lima Barreto, concedido pela "Revista Acadêmica".
De caráter memorialista, o livro "Infância", foi lançado em 1945, mesmo ano em que Graciliano se filiou ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Trata-se de uma critica a família conservadora. Nesse mesmo ano, Getúlio Vargas é deposto, e um governo provisório convoca eleições.
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