Geografia

Sobre a Escola de Geografia Cultural de Berkeley:

O século XIX está marcado por uma Geografia mais naturalista, uma Geografia que teve o mérito de não separar o Homem do Ambiente, isto é, a Cultura da natureza.
Contudo, aqui ocorreram alguns excessos que, no entanto, devem ser entendidos na época: refiro-me ao determinismo ambiental, uma corrente que nasce com Ratzel e que ia o ser humano dependente e determinado pelo ambiente. Deste modo, as manifestações culturais e as características sociais e individuais seriam reflexos dos meios ecológicos de vida (as montanhas, as planícies, as ilhas, etc). Não desenvolvemos esta questão nas aulas por ser mais específica de Geografia, mas aqui deixo a informação. Ainda no início do século XX, surge nos EUA uma corrente que não está nem antes nem depois, é uma corrente paralela) da chamada Geografia Cultural da Escola de Berkeley: uma corrente que não se preocupou especialmente em discutir o determinismo mas sim em estudar as manifestações materiais (paisagísticas) da cultural – diferentes culturas manifestar-se-iam por diferentes tipos, formas, modelados de paisagens. Trata-se da morfologia da paisagem, uma escola que deixou marcas positivas, porque sublinhou o papel da cultura no estudo da paisagem mas, face ao que se faz hoje, olhou pouco para a mobilidade e para os processos de difusão, prestou pouca atenção às dinâmicas de mudança e não olhou para as dimensões imateriais das paisagens (soundscapes, musicscapes, mindscapes, smellscapes, etc). Contudo, tudo deve ser entendido na sua época. Esta não é uma escola funcionalista. O funcionalismo surgiu com a escola de Chicago, a partir dos anos 30 (há aqui sobreposições no tempo, mas nestas questões é normal, não acabam um paradigma a aparece outro logo se repente), que deu origem à Nova Geografia: esta é uma geografia não cultural, quantitativa, positivista, de modelos matemáticos que viam o Homem como consumidor e produtor, não como um ser social e cultural. Ora,