Fábrica e Vila Operária

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Entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, a fábrica com vila operária corresponde a relações de dominação, de resistência, de conflito e reciprocidade ((patrão paternal x operário disciplinado) entre trabalhadores e o patronato.

As vilas operárias representavam, à época, uma solução para o problema habitacional da classe operária e, ao mesmo tempo, uma forma de imobilização dos trabalhadores. Eram perfeitamente funcionais, portanto. O complexo fábrica com vila operária é ao mesmo tempo fabril e sócio-cultural, envolvendo tanto relações de trabalho quanto relações extrafabris, em um fluxo de relações entre o espaço fabril e o espaço doméstico, entre a fábrica e a vila operária. Assim, as fábricas com vila operária formam um complexo sócio-econômico, cultural e político, que o antropólogo José Sérgio Leite Lopes chama de "servidão burguesa", e que envolve: a fábrica moderna, o trabalho assalariado e o paternalismo industrial, com formas especificas de educação (escola operária), de religião (capelas com padroeiros católicos), de consumo (armazém da fábrica) e de lazer (clubes da fábrica).1

Para Leite Lopes 1 , as fábricas com vila operária formam um "padrão especifico de relações de dominação". São fábricas que "subordinam diretamente os seus trabalhadores para além da esfera da produção", estabelecendo relações sociais de dominação, no interior do modo de produção capitalista e no interior do conjunto de relações entre a classe operária e o patronato". Nesta situação, os patrões não são simplesmente patrões. Não se estabelece uma simples relação contratual. Os patrões são os proprietários da casas onde residem os operários, assim como, de toda a rede de serviços presentes nessas vilas (armazém, clube, capela, escola). A ameaça da perda do emprego vem junto com a ameaça da perda da casa. A subordinação dos trabalhadores têxteis era um fator gerador de medo, que pairava sobre a classe operária: medo de perder o emprego, medo de perder a casa,

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