Formaçao docente
Silas Borges Monteiro
Paulo Speller
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Para escrever este texto, primeiramente partimos do pressuposto de que a concepção de formação de professores é histórica. Colocamo-nos, portanto, na tradição chamada historicista, ao menos do historicismo que Richard Rorty, filósofo americano, trabalha em seus textos, ou seja, a decisão de vencer o desejo criado por nossa cultura ocidental metafísica de fugirmos do tempo e do acaso. Essa fuga se dá pela tentativa de encontrar, por meio da linguagem ou da tecnologia, a essência da realidade, para, afinal, obter a segurança emocional de afirmar que o resultado da investigação efetuada é "verdade".
No que diz respeito à formação de professores, que é o tema deste trabalho, alguém alimentado por desejo não historicista afirmaria sem muita dificuldade que a formação docente é, ou seja, possui um ser. Ao contrário, um historicista empreenderia esforço em saber como ela está ocorrendo; o importante a avaliar é o processo e como esse possibilita aos formandos formarem-se. Chamamos essa investigação de hermenêutica. A utilização desse termo se dá pelo fato de que aponta para um tipo de investigação que não tem como objetivo encontrar a verdade, mas, as sentenças que são designadas como verdadeiras por aqueles que vivem determinada experiência, seja numa biblioteca ou num laboratório. Entendemos o uso hermenêutico de investigação como a recriação de sentidos a partir da escuta atenta, mas crítica, das tradicionais produções espirituais do ocidente, com o fim de manter vivo o desejo por continuar criando.
Historicistas sabem que não é possível pensar ou criar pensamentos que estejam descontextualizados do lugar e do momento em que são pensados ou criados. Para eles, não há como ascender a um lugar que torne possível enxergar com precisão as coisas como são – estejam elas no âmbito da ética, da política, da