Fisiologia

O sistema nervoso autônomo é fundamental para a homeostase cardiocirculatória e sua análise auxilia o diagnóstico de disautonomias, avaliação de cardiopatas e diabéticos além da avaliação autonômica cardiovascular para identificação do nível de treinamento de atletas. Sabe-se que o exercício físico regular gera adaptações através de um aumento do tônus parassimpático e redução do tônus simpático em repouso. Considerando que, o treinamento físico aeróbico apresenta-se como o melhor modelo de vagotonia, sem que sejam necessárias intervenções, o objetivo do presente estudo foi avaliar quais dos critérios descritos como sugestivos de vagotonia diferenciam indivíduos sedentários daqueles com treinamento aeróbico de alto rendimento. Foram realizados eletrocardiogramas de 12 derivações simultâneas em repouso de dois grupos de voluntários: atletas da seleção brasileira de maratonas aquáticas (n=10) e controles sedentários (n=10). Os atletas e controles foram pareados por idade, sexo e IMC. Os voluntários eram sadios e sem uso de qualquer medicamento.
Foram consideradas como critério as seguintes medidas eletrocardiográficas: duração dos intervalos RR >990ms; complexo QRS >90ms; amplitude de onda T em V5 (>8mV) e V6 (>7mV); amplitude da onda R em V4 (>50mV),
V5 (>22mV) e V6 (>18mV); amplitude da onda Q em V5 > 7mV; presença de onda U em 5 ou mais derivações, elevação do ponto J em 2 ou mais derivações, supradesnivel de ST acima de 1mV em 5 ou mais derivações e somatório das amplitudes das ondas T de V1 a V6 >39mV. As diferenças observadas entre os atletas e os sedentários foram: a duração do intervalo RR maior que 990ms; o supradesnivelamento do segmento ST maior que 1mm em 5 ou mais derivações; e a amplitude da onda R na derivação de V6 maior que 18mm. O cálculo da sensibilidade e especificidade desses critérios mais frequentes em maratonistas aquáticos foi, respectivamente: 40% e 100% na medida do RR, 80% e 90% no supradesnivel de ST e 40 e 90%