Filosofia, apostila

19677 palavras 79 páginas
CAPÍTULO 1
1.1O pensamento mítico
1. O que é o mito
2. O mito, entre as sociedades tribais, é uma forma de o ser humano se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão, e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as diretrizes da ação humana. Devemos salientar, entretanto, que, não sendo teórica, a verdade do mito não obedece à lógica nem da verdade empírica, nem da verdade científica. É verdade intuída, que não necessita de provas para ser aceita, porque seu critério de adesão é a fé. Por essa razão, quando existem várias versões do mesmo mito, não devemos nos preocupar em estabelecer uma versão autêntica, pois é o conjunto dessas versões que constituem a sua realidade.
3. O mito nasce do desejo de entender o mundo, para afugentar o medo e a insegurança. O ser humano, à mercê das forças naturais, que são assustadoras, passa a emprestar-lhes qualidades emocionais. As coisas não são mais matéria morta, nem são independentes do sujeito que as percebe. Ao contrário, estão sempre impregnadas de qualidades e são boas ou más, amigas ou inimigas, familiares ou sobrenaturais, fascinantes e atraentes ou ameaçadoras e repelentes. Assim, o ser humano se move dentro de um mundo animado por forças que ele precisa agradar para que haja caça abundante, para que a terra seja fértil, para que a tribo ou o grupo seja protegido, para que as crianças nasçam e os mortos possam ir em paz.
4. O processo mítico está, então, muito ligado à magia, ao desejo, ao querer que as coisas aconteçam de um determinado modo. É a partir disso que se desenvolvem os rituais como meios de propiciar os acontecimentos desejados. O ritual é o mito tornado ação.
5. Os exemplos de rituais são inúmeros: já nas cavernas de Lascaux e Altamira, o homem do Paleolítico (1000 a 5000 a.C.) desenhava os

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