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1.1 A Saúde da Mulher no Brasil: um breve histórico
A atenção a saúde da mulher foi centrada historicamente na função reprodutiva, sobretudo durante a gravidez e o parto. No Brasil, o ministério da saúde. Na década de 70, instituiu o Programa de Saúde Materno-Infantil (PMI) apresentou uma política que pretendia proteger o binômio mãe-filho e, na DECADA de 80, o governo reconheceu a luta feminista pela ampliação da atenção a esta população criando o Programa de Assistência Integral a Mulher (PAISM)1.
Na tentativa de melhorar a qualidade da atenção, no ano 2000, instituiu o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN), tendo como principal objetivo reduzir as taxas de morbimortalidade materna e perinatal, ampliando o acesso ao pré-natal e garantindo qualidade e humanização da assistência ao parto e puerpério (1,2).
As práticas materno-infantis, apontadas no período descrito acima, traduziam uma visão restrita sobre a mulher, baseada na sua especificidade biológica e em seu papel social de mãe, responsável pela criação, pela educação e cuidado com saúde dos filhos e demais familiares (3). Os antropólogos e sociólogos conceituam maternidade como um constructo social e cultural, que decide não só como criar os filhos, mas também quem é responsável por eles.
Nessa perspectiva da sociedade brasileira as mulheres estão fortemente calçadas no mito da mãe perfeita , no qual a maternidade é inata das mulheres (4,5). As transformações sociais ocorridas nas ultimas décadas levou muitas mulheres, a questionarem cada aspecto da maternidade, refletindo sobre o que fazem, pensam, sentem, e avaliando suas próprias experiências, buscando flexibilizar o padrão rígido e determinista cultuado socialmente.
As metas de saúde eram tradicionalmente definidas pelo nível central do governo, sem qualquer avaliação das necessidades de saúde das populações locais. Como resultados disso houve a fragmentação da assistência e o baixo impacto nas