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Esse projeto ao qual me refiro possui vários aspectos e me cabe, aqui, apresentá-lo a partir de sua meta: o compromisso social da Psicologia com as questões sociais brasileiras.
Quais as questões sociais mais urgentes e importantes; como a profissão deve se relacionar com elas para então chegarmos a uma formação que permita colocar no mercado, profissionais que trabalharão para a solução dos problemas.
Vivemos em um país de Terceiro Mundo, situado em um continente de Terceiro Mundo. O capitalismo é nosso modo de produzir sobrevivências e de produzirmos nossas relações sociais. As características são perversas: desigualdade social como decorrência estrutural do modo de produção. O capitalismo gera, por sua natureza, a desigualdade. Soma-se então a globalização, como imposição de um padrão de consumo universalizado; a redução da presença do Estado na sociedade, gerando uma redução do espaço público e da possibilidade real dos sujeitos serem considerados iguais e fraternos. O discurso da liberdade encobre o retrocesso. As condições de trabalho se precarizam e muitas pessoas passam a estar excluídas da esfera produtiva. O Estado recua no seu papel de assistir à população pobre e entrega esta tarefa às chamadas Organizações Não Governamentais - as ONGs, que cheias de boas intenções auxiliam na construção do inferno social. As políticas sociais desenvolvidas desta forma ajudam a integrar os necessitados, mas também e muitas vezes, contribuem na estigmatização, na produção de subjetividades humilhadas e submissas.
Nossas relações sociais de convivência são atingidas: sentimentos de hostilidade, desconfiança, irritação e medo caracterizam