Felizmente Há Luar
Ato I:
Do conjunto do povo destacam-se as personagens Manuel, Rita, dois populares, uma velha e Vicente. O diálogo entre estas personagens incide sobre a miséria em que vivem e a impotência de a solucionar. O som dos tambores faz com que os populares comecem a falar de Gomes Freire de Andrade. Todos pareciam ter Gomes Freire como ídolo menos Vicente. Entretanto, o povo exaltado com a presença de dois polícias (PIDE) que vinham recolher informações, aproximam-se de Vicente. Vicente orienta a sua vida em função do poder e do dinheiro. Perante esta fraqueza, os dois polícias comunicam a Vicente que o governador do reino, D. Miguel Forjaz, lhe quer falar para, lhe incumbir de uma missão. Vicente imagina-se já chefe da polícia, lembra a arrogância dos poderosos, mesmo quando a sua origem é humilde.
Em presença de D. Miguel e do Principal Sousa (representante da igreja), é questionado pelo primeiro acerca da eventual existência de um agitador político junto do povo, Vicente especula, dando algumas informações dispersas. D. Miguel acaba por lhe dar uma missão: vigiar a casa do seu primo, o general Gomes Freire de Andrade, para os lados do Rato. Vicente sai e D. Miguel, o Principal Sousa e o Marechal Beresford, militar inglês, dialogam sobre o estado da nação, onde os perigos das novas ideias subversivas que destruirão o país, e chegam à conclusão de que é necessário encontrar um nome, alguém que possam acusar de ser o responsável. Os três governadores dialogam sobre o castigo a aplicar a quem ousa ser inimigo do reino.
Vicente entra em cena, dando conta das suas negligências, inicialmente pouco consistente, mas que acabam por se concretizar na indicação de um nome, o general Gomes Freire de Andrade. Está encontrada a vítima e só resta a “Morte ao traidor”.
Ato II:
Manuel revela a sua impotência perante a prisão do general e constata que a situação de miséria em que vivem é ainda mais desesperante. Os restantes