Estado e Sociedade

Estado, aparelho do estado e sociedade civil
Na relação entre sociedade e Estado e, particularmente, entre a nação e o Estado-nação, um problema fundamental é o da anterioridade. Estado é o seu instrumento de ação coletiva. O Estado-nação precedeu a nação. O Estado social surge do Estado absoluto na Europa, e, portanto, da coalizão política entre o Monarca e sua administração patrimonialista e a burguesia nascente.
O problema da anterioridade é particular na América Latina. Na sua transformação de colônias em Estados-nação, as nações embrionárias da região tiveram o apoio inglês, que custou caro. Ainda que a independência tenha dado origem a uma nação em cada um desses países, estas estavam apenas se constituindo. Já o Estado, por sua vez, estava formalmente constituído, e pôde, assim, ter um papel maior, primeiro, na integração de toda a sociedade no próprio Estado e na garantia da sua unidade e integridade territorial, e, em um segundo momento, na construção da própria nação.
Entre sociedade e Estado temos uma relação entre dois poderes: o informal da nação ou da sociedade civil e formal do Estado. Na medida em que o Estado deixa de ser absoluto para ser liberal, e, em seguida, liberal para ser democrático, e na medida em que a nação e a sociedade civil se tornam mais democráticas, o poder vai passando para ela, o Estado se torna instrumento de ação coletiva.
O Estado pode preceder a sociedade, exercendo enquanto essa não se forma, o papel de sujeito do acontecer histórico, como aconteceu no Brasil.
Os cidadãos vivem em subsistemas sociais, que são orientados por interesses. A sociedade civil ou a nação se dispõe termos de pactos políticos ou de coalizões de classes. As classes sociais continuam a ter um papel maior. No capitalismo tecnoburocrático ou dos profissionais, em que vivemos desde o início do século XX, nenhuma classe social tem capacidade de sozinha monopolizar o poder e garantir a legitimidade do sistema político.
Uma coalizão de classes