Epilepsia

1338 palavras 6 páginas
“Eu acabava de ter uma série violenta e lancinante de ataques da minha doença. Sempre que eu piorava e os acessos vinham com mais frequência, eu caía depois numa completa estupefação. Perdia a memória e, embora o meu cérebro trabalhasse, parecia que a sequência lógica das minhas ideias tinham-se quebrado. Era incapaz de ligar mais do que dois ou três pensamentos”. Foi através do príncipe Míchkin, personagem principal do livro O Idiota, de 1869, que o escritor russo Fiódor Dostoiévski descreveu o período que segue logo após a crise epilética. Numa época em que a doença ainda era pouco conhecida, o escritor relatava, por meio de seus personagens, os sintomas e as crises baseadas em suas próprias experiências.
Porém, os registros sobre a epilepsia já vem de muito antes disso. Tratada erroneamente como possessão demoníaca na Bíblia, e feitiçaria na Idade Média, a epilepsia é considerada o transtorno neurológico mais antigo da história. Com o passar dos anos, novas pesquisas foram realizadas e os tratamentos aperfeiçoados. Mas os mistérios da antiguidade fizeram com quem a epilepsia permanecesse cercada por falsas crenças e preconceitos.
Hoje ela é reconhecida como um distúrbio neurológico crônico e mais comum do que se imagina. De acordo com a Associação Brasileira de Epilepsia, estima-se que atualmente existam cerca de oito milhões de pessoas com o transtorno na América Latina, dois milhões só no Brasil. Provocado por um descontrole dos sinais elétricos do cérebro, a epilepsia atinge indivíduos de todas as idades, raças e classes socioeconômicas, afetando, além do corpo, as emoções e estilo de vida das vítimas.
Os braços e as pernas rígidas de José se debatiam sobre a cama. O rosto, praticamente desfigurado, assustou sua esposa. Mais tarde, no Hospital, ela foi descobrir que, aquela cena de horror presenciada, havia sido um ataque epilético. Desde sua primeira crise, em 1996, quando tinha 42 anos de idade, José Hilton de Oliveira convive com o medo constantemente.

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