Ensaio Critico Fight Club
Instituto Politécnico de Leiria
Ano lectivo 2013/14
História e Teoria do Audiovisual
Afinal...
Somos mais que um lado
Apoiando-se nas principais obras de Winnicott, David Fincher tratou no filme
Fight Club o conceito falso self. Para Winnicott o ser humano nasce com uma série de instintos e capacidades intelectuais e motoras que ao desenvolverem-se vão-se integrando com o que o rodeia até alcançarem uma imagem unificada de si e do mundo. Geralmente o falso self é mascarado por uma adaptação social acima da média e muitas vezes pelo sucesso na sua profissão, no seu trabalho e por uma boa capacidade intelectual. O falso self substitui o real e observa-se clinicamente na pessoa um sentimento constante vazio existencial, futilidade e irrealidade. Pode ser considerado uma das formas de expressão de sofrimento mais graves do ponto de vista da psicologia winnicottiana. Desde o início do filme é evidenciada a sensação de oculto que é conseguida através de técnicas de montagem para dar a sensação ao espetador que também sofrem da mesma doença que o protagonista. A essência do filme e o que realmente está ali em questão está então presa a esse oculto o que faz com que o espectador tenha uma grande interação emocional com a obra.
Segundo o Prof. Dr. José Rogério Lopes (Graduado em Pedagogia pela
Universidade de Taubaté e mestre e doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo) Fight Club é “uma crítica ao sistema histórico do capitalismo e seus pilares económicos e políticos”. O protagonista vive preso nesse mundo vicioso que é o trabalho e consequentemente o consumo, passando maior parte do seu tempo a viajar, a comer comida de avião e a colecionar “amigos descartáveis” que conhece. O mesmo Prof. Dr. afirma que a obra “propõe uma objectivação da crise de potencialidade de ação de indivíduos contemporâneos, imersos em uma sociedade de consumo”. Para além disso passa a