Educação Ambiental Crítica
NOMES E ENDEREÇAMENTOS DA EDUCAÇÃO
Isabel Cristina de Moura Carvalho
“Parto da convicção de que as palavras produzem sentido, criam realidades e, às vezes, funcionam como potentes mecanismos de subjetivação. Creio no poder das palavras, na força das palavras, creio que fazemos coisas com as palavras e as palavras fazem coisas conosco” (Jorge La Rosa Bondía,
Notas sobre a experiência e o saber da experiência) “Para ensinar bem um autor, é preciso habitá-lo! A seguir, a vida obriga a morar em várias casas. E não saio de uma dessas casas a não ser por uma espécie de violência. De repente, há uma passagem brusca de uma a outra.
Mas um problema permanece: todas as filosofias podem ser verdadeiras ao mesmo tempo?” (Paul Ricoeur em entrevista ao Caderno Mais! FSP, 29/
02/2004).
Palavras-chave:
Educações ambientais, educação ambiental crítica, pensamento crítico, subjetividade ecológica, saber ambiental.
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Introdução
Os que convivem com a educação ambiental podem constatar a surpreendente diversidade sob o guarda-chuva desta denominação. Um olhar um pouco mais detido – seja por parte daqueles que estão aí há muito tempo, dos recém chegados ou dos que estão de passagem pela área – observará as inúmeras possibilidades que se abrem sob a esperança de Pandora, como
Santos & Sato (2001) apropriadamente denominaram o estado do debate em educação ambiental. Contudo, o mapa das educações ambientais não é auto-evidente, tampouco transparente para quem envereda pela multiplicidade das trilhas conceituais, práticas e metodológicas que aí se ramificam. Não raras vezes é difícil posicionar-se pelas sendas dos nomes que buscam categorizar, qualificar, adjetivar a educação ambiental e aí encontrar um lugar para habitar – como na metáfora usada por Ricoeur. Ou ainda, com La Rosa, considerando a força das palavras e os efeitos de subjetivação do ato de nomear, poderíamos dizer que, entre as múltiplas