Dislexia
Fenomenológica Existencial
Darlindo Ferreira1
“Dou uma pequena pista para quem quer escutar: não se trata de ouvir uma serie de frases que enumeram algo; o que importa e acompanhar a marcha de um mostrar”. Martin Heidegger
A oportunidade de tecermos algumas reflexões sobre a escuta numa perspectiva
Fenomenológica Existencial apresenta-se como um desafio que nos mobiliza uma disponibilidade para transitar em diversas dimensões. Contudo, antes de efetivamente nos lançarmos, faz-se necessário chamar atenção daqueles que se dispuserem a nos acompanhar neste desafio. Primeiramente, gostaríamos de deixar claro que não temos intenção de um aprofundamento filosófico nem epistemológico sobre o tema, visto que não somos filósofos e sim psicólogos clínicos; Em segundo lugar, será esta posição clinica que servirá de lente para nossa visagem rumo ao cenário da escuta a partir da perspectiva fenomenologia.
Dentre as diversas dimensões que compõe a noção de escuta optamos por fazer um recorte no qual privilegiamos a dimensão analítica existencial proposta por Martin
Heidegger (1999). Esta perspectiva parece-nos pertinente sobretudo por nos remeter à experiência fundamental que se dá pela e na relação constitutiva que mantemos com um outro. Assim, compreendemos que se faz importante situar como se deu nosso contato com esta temática. A entrada no âmbito do saber-fazer clínico deu-se por desalojamentos existenciais, dito de outra forma, a partir de algumas situações da prática clínica que fizeram com que nos encontrássemos em meio aos “nós” que pediam sentidos. Fazemos alusão a metáfora dos “nós” para sinalizar a complexidade que envolve suas tessituras e desdobramentos, pois só posteriormente é que podemos reconhecer as dificuldades que foi agüentar ficar nesse lugar de incerteza e instabilidade. 1
Professor Assistente UFAM
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Estas vivências nos remeteram a possibilidade de tocar o mais