Diamante de Sangue - Resenha do filme e aspectos sociais.

DIAMANTE DE SANGUE
Análise sobre o filme

Luca Dardi

RESENHA
Passando-se na década de 90, o filme Diamante de Sangue retrata de forma tão dramática quanto verdadeira um dos maiores massacres da história de Serra Leoa. A trama gira em torno de um pescador em busca de sua família, porém trata de temas muito mais delicados e violentos, como a escravidão, diferenças sociais, revoltas políticas e o capitalismo predatório.
A guerra civil em Serra Leoa iniciou-se a partir de revoltas de grupos extremistas contra o governo da época, além da precária organização político-social da região, que havia sido descolonizada há pouco. À frente do combate, a FRU (Frente Revolucionária Unida) utilizava-se do argumento de libertação para atrair adeptos, porém, na prática, fazia uso do trabalho escravo na mineração e no contrabando de diamantes para gerar recursos a fim de suprir a revolta contra o governo, comprando armas, suprimentos e influência.
O nome “Diamante de Sangue” faz referência à busca desenfreada pelo minério, gerando mortes e manchando a história do país. No filme, o “Diamante de Sangue” é retratado por um diamante rosa, encontrado pelo pescador Salomon Vandy e que por diversas vezes corre perigo de lhe ser tomado por soldados da FRU, mas que é protegido a todo o custo, já que é a única chance de Salomon reencontrar sua família perdida na guerra. O diamante rosa carrega tal peso não pela metáfora em relação à sua cor, mas pelo decorrer da trama que mostra toda a destruição que a busca pela pedra preciosa gerou.
A GUERRA CIVIL EM SERRA LEOA E O TRÁFICO DE DIAMANTES
As revoltas contra o governo de Serra Leoa exigiam armamentos, suprimentos básicos para os soldados e a compra de influência dentro de determinados setores políticos, além dos gastos com transporte e medicamentos para os feridos em combate. Cada item citado custa dinheiro, e essa quantia era proporcional à batalha, então se falava em montantes