Determinação da razão carga/massa do elétron
Referencial Teórico
Descargas elétricas e raios catódicos.
A primeira descarga elétrica a ser conhecida e a mais espetacular foi o relâmpago. É conhecido o experimento de Benjamin Franklin com pipas; foi ele a propor que eletricidade fosse constituída de um único tipo de fluido. Mas o relâmpago é tão esporádico e incontrolável, que seu estudo pouco poderia revelar a respeito da eletricidade. Mas já no século XVIII, uma espécie mais controlada de descarga elétrica foi se tornando acessível para o estudo científico.
Em 1709 Hauksbee observou que, quando o ar dentro de um tubo de vidro era bombeado, até que sua pressão se tornasse cerca de 1/60 da pressão atmosférica, e o tubo fosse conectado a uma fonte de eletricidade estática obtida por fricção, uma luz estranha era vista dentro do tubo. Feixes de luz similar já haviam sido observados em barômetros de mercúrio com vácuo parcial. Em 1748 Watson descreveu a luz em um tudo de 32 polegadas no vácuo como uma centelha.
A natureza dessa luz não foi compreendida inicialmente, mas hoje sabemos que é um fenômeno secundário. Quando uma corrente elétrica flui através de um gás, os elétrons se chocam com os átomos do gás e transferem parte de sua energia, a qual é, então, reemitida como luz. Hoje as lâmpadas fluorescentes e de letreiros de néon são baseados no mesmo princípio, com suas cores determinadas pela cor da luz que é preferencialmente emitida pelos átomos dos respectivos elementos : laranja para o néon, rosa claro para o hélio, verde azulado para o mercúrio, etc. A importância do fenômeno para a história da ciência elétrica está, entretanto, não na luz das descargas elétricas, mas na corrente elétrica em si. O estudo das descargas elétricas em gases foi um salto na direção correta, mas mesmo com 1/60 da pressão atmosférica o ar interfere muito com o fluxo de elétrons para permitir que sua natureza fosse descoberta. O progresso real tornou-se possível, somente quando