Cupido e psiquê
Vênus ficou muito ofendida com a exaltação da jovem mortal, que recebia homenagens consagradas somente aos poderes imortais. Muito irritada com aquela situação, a deusa Vênus decidiu fazer com que a jovem se arrependesse por sua beleza ilícita. Por esse motivo convocou seu filho, Cupido, travesso por natureza, e o importunou com suas reclamações. Mostrou-lhe Psiquê e disse: “Meu querido filho, quero que castigues aquela beldade insubordinada; conceda à tua mãe uma vingança tão doce quanto são amargos os danos que tem me causado. Infunde no peito daquela donzela insolente uma paixão por um ser desprezível, baixo e vil, para que colha, assim, uma mortificação tão grande quanto a glória e triunfo recebidos”.
Então, Cupido preparou-se para obedecer às ordens de sua mãe. No jardim de Vênus havia duas fontes, uma de águas doces e outra de águas amargas. Cupido encheu dois jarros de âmbar, cada qual com água de uma das fontes e, voou em disparada em direção ao quarto de Psiquê, e a encontrou dormindo. Então, derramou algumas gotas da água amarga com a ponta de sua seta. Quando sentiu o toque, a jovem acordou, com o olhar na direção que Cupido se encontrava (embora estivesse invisível a ela). Cupido ficou tão surpreso que, na sua confusão, feriu-se com sua própria seta.
Depois disso o único pensamento que vinha em sua cabeça era o de reparar o mal que tinha feito. Dessa forma, derramou algumas gotas aromáticas de alegria sobre todos os cachos dourados e sedosos da jovem. A partir daquele momento, Psiquê, desprezada por Vênus não poderia