Cultura vocacional
O Papa João Paulo II, em sua mensagem para a 30ª. Jornada mundial de orações pelas vocações, referiu-se ao tema da cultura vocacional, salientando que esta se "constitui o fundamento da cultura da vida nova, que é vida de agradecimento e gratidão, de confiança e responsabilidade, e que no fundo é cultura do desejo de Deus, que dá a graça de considerar o homem por si mesmo, e de reivindicar constantemente sua dignidade diante de tudo aquilo que pode oprimi-lo no corpo e no espírito". 1. O que se entende por cultura vocacional? Hoje em dia pode-se falar de cultura referindo-se a uma atitude, a uma realidade concreta ou a uma constelação de valores, tais como cultura da paz, do ambiente, da solidariedade, da planificação, da vocação. Desta maneira, chama-se assim o esforço que o homem faz para desenvolver, dar consistência e fundamento a um valor e a inscrevê-lo de maneira mais estável e com maior influência na mentalidade e na vida da sociedade, fazendo com que interaja com os demais valores presentes nesta cultura.
Neste caso, a cultura tem a ver, não com os gestos individuais, por mais numerosos que sejam estes, mas com uma mentalidade, com uma atitude compartilhada por um grupo. Tem a ver não apenas com as intenções ou os propósitos privados, mas com a utilização sistemática e racional das energias que a comunidade tem. Na pastoral vocacional pode-se notar, às vezes, um abismo entre a iniciativa individual e a mentalidade comunitária, entre a atividade e seus pontos de referência, entre as propostas e o seu ambiente. Isto se deve, quem sabe, à falta de uma cultura vocacional. 2. Os conteúdos de uma cultura vocacional Os conteúdos de uma cultura vocacional estão relacionados com estas três áreas, isto é, a antropológica, a educativa e a pastoral:
a) Antropológica: refere-se ao modo de conceber e apresentar a pessoa humana e a vocação. Ela se preocuparia com que a cultura vocacional evitasse ter uma visão subjetiva, que