Crenças em Descartes

Descartes explora os tipos de crenças e conclui que apenas as crenças introspectivas e metafísicas passam no teste. Crenças introspectivas e metafísicas são conhecimento sem precisar de nenhum argumento, diferentemente das crenças perceptuais e matemáticas. As crenças introspectivas dispõem-se em crenças básicas dentro do fundacionismo cartesiano e são formadas por introspecção. As crenças metafísicas são mais abstratas que as perceptuais, mas não mais que as matemáticas. Servem para explicar, por exemplo, que Deus existe e outros princípios de causalidade. As premissas iniciais são sempre introspectivas e depois metafísicas.
Para explicar o hiato entre as crenças introspectivas e perceptuais, devemos notar que esse hiato existe por causa do projeto cartesiano, que é dedutivista. Se não houvesse esse hiato, podia-se dizer que ele aceita as crenças perceptuais e não se pode deduzir a introspecção através de algo a partir da percepção. Também por essa visão, Descartes diz que temos um corpo e uma alma e ambos são distintos, assim, fazendo com que um não precise do outro para ter uma existência própria. Ele afirma que podemos inferir dedutivamente na ideia de que Deus existe, não é enganador e acreditar que Ele unindo copo e alma, poderia formar uma terceira substância. Descartes diz que nossas crenças introspectivas se tornam verdadeiras, pois temos um acesso perfeito a nossas entidades psicológicas e também, não podemos duvidar da nossa própria existência. Pois nossas próprias crenças são indubitáveis. Já as crenças físicas, aquelas que temos a respeito do mundo fora da mente, são dubitáveis, pois se pode duvidar, por exemplo, que parece que está fazendo algo.