Comunicação e arte

A comunicação humana utiliza-se de signos, dotados de um significante (representação física, seja acústica, plástica, ou afins) e de um significado (carga mental à qual o significante nos remete). Já postulava Saussure, linguista que possibilitou posteriores estudos semióticos, que os signos são arbitrários, porém convencionados socialmente para que sejam efetivos à comunicação. Sempre se comunica algo para alguém: o mais básico dos signos é criado pelo emissor (no nosso caso o artista), com uso de um meio físico (vibrações sonoras, ou papel e caneta, no caso da comunicação verbal, e materiais diversos, como tintas, pincéis, madeira, argila, etc, no caso da comunicação plástica).
Vale dizer que esses dois valores fundamentais do signo dependem da realidade dos indivíduos implicados na situação comunicativa, pois o significante deve fazer parte de seu contexto sócio-histórico, e seu significado também. O olhar do artista está subordinado à sua experiência pessoal, pois a significação que o signo tem para ele está relacionada à forma como o mesmo se mostra naquele momento. Se o artista elege representar o corpo humano, como exemplificado na aula, além de exprimir sua técnica (cubismo, impressionismo, etc) – que também segue um contexto histórico-político-social - , exprime também sua impressão sobre o signo, o que demonstra um posicionamento epistemológico e um estado psicológico, como bem explica o mito da “Caverna de Platão”.
O mais curioso é que este mesmo signo, além de trazer a impressão do artista, e sua intenção comunicativa, quando observado, novamente será ressignificado, por conta da olhar do observador, que também está subordinado ao seu contexto histórico-social, e suas experiências pessoais.
Portanto, analisar um desenho como parte de um sistema de significação é um processo semelhante à contextualização, sim, pois o desenho é um signo que apenas fará sentido (terá significado) se observado, expresso, lido e interpretado relacionando-se sua