Communication reserach

O dilema entre essas duas frentes está no fato da Communication Research ignorar e omitir estudos e referencias teóricas vindas da Escola de Chicago. Isso gerou uma pobreza filosófica, pois as teorias foram recuperadas de modo muito seletivo e simplificado, levando a certas incoerências nos conceitos abordados.

Sobre essa apropriação seletiva de teorias e conceitos, Sarlo dizia que isso gerava uma “inflação conceitual” e dá como exemplo a leitura da obra de Benjamin: essa utilização desmedida desconstitui a originalidade, daí ele usa o termo: “moda Benjamin”, leva a uma perda de valor da obra, tornando-a algo banal, alem do empobrecimento semântico. Para Sarlo a solução seria se desapropriar dessas teorias já preconcebidas e não utilizá-las por um tempo para que voltassem a assumir seus verdadeiros sentidos.

Outro ponto é que a Communication Research era criticada por haver um tipo de imperialismo. Peters dizia que Schramm, o criador dela, era muito mais preocupado em se tornar líder de um Estado-nação do que buscar riqueza conceitual e que ele se apropriou da teoria da informação de Shannon e Weaver para criar os fundamentos básicos da Communication Research. Peters também fez outras observações sobre:

“Não há linhas teóricas para definir o campo. Porque o único principio de organização conceitual que realmente funciona no campo é administrativo, cada departamento contribui com suas próprias definições (...) A idéia de comunicação como um campo é a única idéia que mantém unida essa coleção variada, embora o campo seja mais um bom negócio do que um ideal (..)”

E aconselhava aos críticos da Communication Research que colocassem em questão sua própria existência, uma vez que eles só utilizavam essa refletividade para com os temas que trabalhavam.

Mas precisamos ter cuidado com as críticas de Peters, pois essa dificuldade de colocar em questão a própria existência é justamente uma das características dos campos sociológicos. Os pesquisadores não se