Cif-cj

Introdução

O caso sobre o qual nos debruçaremos ao longo das seguintes páginas, reporta-se a uma criança de 9 anos (a frequentar o 4º ano de escolaridade), disléxica, com necessidades educativas especiais de carácter permanente no domínio da comunicação, linguagem e fala cujo processo de avaliação foi realizado à luz da Classificação Internacional de Funcionalidade e Saúde (CIF).
Todavia, antes de mais, importa reflectir um pouco sobre os conceitos de dislexia e da CIF.
O termo dislexia, transtorno na aprendizagem da leitura com repercussões na escrita, está muito em voga nos dias que correm.
Efectivamente, este problema assola muitas crianças, sendo uma das dificuldades de aprendizagem com maior incidência na sala de aula.
A leitura, sabemo-lo, reveste-se de cabal importância pois condiciona todo o processo de aprendizagem. Como tal, a criança que sofre deste distúrbio vê comprometido o seu sucesso académico; daí que nós, educadores, devemos estar preparados para lidar com essas crianças cuja actuação é, frequentemente, confundida com mau comportamento, falta de atenção e empenho escolar.
Na verdade, uma criança a quem não é detectado (ou o é tardiamente) este distúrbio de aprendizagem pode “arrastar-se” pelos árduos caminhos do insucesso escolar, vendo comprometido todo o seu futuro.
Quanto à Classificação Internacional de Funcionalidade e Saúde (CIF), o que se pretende é proporcionar uma linguagem unificada e padronizada, assim como uma estrutura de trabalho para a descrição da saúde e de estados com ela relacionados. A classificação define, pois, os componentes da saúde e alguns componentes do bem-estar a ela ligados (educação e trabalho). Os domínios contidos na CIF podem, portanto, ser considerados como domínios da saúde e domínios relacionados com a saúde. Estes domínios são descritos com base na perspectiva do corpo, do indivíduo e da sociedade em duas listas básicas: (1) Funções e Estruturas do Corpo, e (2) Actividades e Participação. Como