Censura nos Jornais - Ditadura

Em primeiro de Abril iniciava-se a ditadura militar no Brasil, período sombrio para aqueles que viveram na época. O jornal, importante veículo de informações, sofreu as consequências da ditadura. A partir de 1968, de uma forma mais opressora, a censura se instala nos meios de comunicações, pois, até então o regime autoritário não havia provocado mudanças significativas na redação dos jornais. A liberdade de expressão foi inteiramente restringida. Não se podia escrever sobre a realidade do país. Durante o regime militar, a redação dos jornais e outros meios de comunicações eram extremamente vigiados para que assim, nenhum tipo de notícia que ia contra o governo chegasse aos ouvidos da população.
Antes de o jornal ser publicado, os censores, responsáveis por revisar as publicações antes da chegada às bancas, mandavam um bilhete ou ligavam para avisar que tal notícia não poderia ser encontrada nas páginas dos jornais. Em outros casos, a visita do censor nas redações dos diários representava um controle ainda maior. Uma notícia censurada de última hora poderia desorganizar toda uma página diagramada para a edição do dia seguinte causando transtornos e atrasos nas publicações. Com a ação do censor, muitas das vezes as páginas dos jornais eram deixadas com lacunas em branco. A sociedade percebeu que aquele espaço era alvo de repressão e, para preenchê-las, eram colocadas notas, imagens descontextualizadas, poesias e até receitas. Mas como informar a sociedade sem ser alvo da censura? Através de eufemismos, linguagens metafóricas, com meias palavras, com entrelinhas. Os comunicadores utilizavam uma série de recursos e estratégias para fugir do cerceamento e para denunciá-lo. Falsas previsões de tempo indicando “fortes ventos” ou “tempo fechado” poderia significar que a censura esteve presente de modo severo. O modo de como os jornalistas interpretavam as ordens recebidas, também poderia abrir possíveis brechas para ousadia. A despeito da restrição à liberdade