Brasil e a política externa com relação ao mercosul

A POLÍTICA EXTERNA DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA: PERMANÊNCIAS E RUPTURAS ACERCA DO MERCADO COMUM DO SUL (Mercosul)

O Mercado Comum do Sul surgiu a partir do Tratado de Assunção, assinado em 26 de Março de 1991, pela República Argentina, República Federativa do Brasil, República do Paraguai e República Oriental do Uruguai. O Tratado tem como objetivo principal promover o desenvolvimento e a integração desses quatro países pautados na livre circulação de bens e serviços, no estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC), na adoção de uma política comercial comum e coordenação de políticas macroeconômicas e uma harmonização da legislação nas áreas de interesse ao Mercosul. Os temas da agenda são variados, que partem desde meio ambiente e agricultura familiar até cinema.
Qual foi o grau de importância do Mercosul para os governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva? Quais são as permanências e rupturas acerca dessa temática, bem como das relações do Brasil com os parceiros do Tratado de Assunção e com a América do Sul?
O primeiro governo de FHC inicia-se em 1995, período que é marcado pelo auge do modelo neoliberal da globalização e o Brasil deveria inserir-se nesse contexto a partir de uma abertura aos fluxos comerciais e financeiros. Dentre as linhas de ação prioritárias do governo FHC encontrava-se o desejo de uma maior integração regional, aprofundando, assim, o Mercosul, atitude que já era tomada desde 1992 quando o ex-presidente, então ministro das Relações Exteriores, voltou a atenção do Brasil para as relações comerciais com a América do Sul ao invés da América Latina – o chamado regionalismo – tendo o Mercosul como núcleo principal dessa nova política.
Em 1994, através do Tratado de Ouro Preto, o Mercosul adquiriu personalidade jurídico-institucional como união aduaneira e passou a constituir um mercado intrazona, na qual novos parceiros poderiam aderir ao Tratado de Assunção, como Bolívia e o