Barroco e Arcadismo
Barroco
A arte barroca foi muito influenciada pela Contra-Reforma religiosa. Costuma-se dizer que o barroco é a arte da dualidade, das oposições, visto que o homem barroco é um saudosista da religiosidade medieval, e ao mesmo tempo, mostra-se seduzido pelas solicitações terrenas e pelos valores mundanos que o Renascimento pôs em relevo. Por um lado nota-se um apelo racionalista do Renascimento (carpe diem = aproveite o dia) e, por outro, percebemos as pressões da Igreja Católica ("Amar a Deus sob todas as coisas").
O estilo barroco nasceu na crise de valores renascentistas ocasionada pelas lutas religiosas e pela crise econômica vivida em consequência da falência do comércio com o Oriente. O homem do Seiscentismo vivia um estado de tensão e desequilíbrio, do qual tentou evadir-se pelo culto exagerado da forma, sobrecarregando a poesia de figuras, como a metáfora, a antítese, a hipérbole e a alegoria.
Todo o rebuscamento que nasce na arte barroca é reflexo do dilema, do conflito entre o terreno e o celestial, o homem e Deus (antropocentrismo e teocentrismo), o pecado e o perdão, a religiosidade medieval e o paganismo renascentista, o material e o espiritual, que tanto atormenta o homem do século XVII. A arte assume, assim, uma tendência sensualista, caracterizada pela busca do detalhe num exagerado rebuscamento formal.
Podemos notar dois estilos no barroco literário:
• Cultismo: é caracterizado pela linguagem rebuscada, culta, extravagante; pela valorização do pormenor mediante jogos de palavras, com visível influência do poeta espanhol Luís de Gôngora; daí o estilo ser também conhecido por Gongorismo.
• Conceptismo: é marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, racionalista, que utiliza uma retórica aprimorada. Um dos principais cultores do conceptismo foi o espanhol Quevedo, de onde deriva o termo Quevedismo.
Padre Antônio Vieira: nasceu em Lisboa, em 1608. Com sete anos vem pra Bahia; em 1623 entra para