Atropologia

• Conflitos, portanto, devem ser minimizados ou, quando sua conciliação for impossível, fortemente reprimidos e extintos, por se constituírem em ameaça potencial a todo ordenamento social.

• À polícia, portanto, incumbe a tarefa de identificar conflitos visando não sua prevenção e resolução, mas sua supressão; inicialmente forçando a sua conciliação e, posteriormente, suprimindo-os.

• A proximidade da polícia à arena do conflito, exposta aos fatos e interesses em jogo, sem falar das contradições legais, características de sua prática e fundamental para o exercício de seu poder de polícia e de negociação, são postos sob suspeita institucional. A polícia, assim contaminada, fica em desvantagem perante outros órgãos de aplicação da lei.

• Além disso, nossa cultura judiciária está profundamente calcada em princípios inquisitórios, próprios de sociedades compostas por segmentos desiguais e complementares. Uma vez constatada a transgressão, segue-se obrigatoriamente, um julgamento, mesmo que o acusado tenha confessado.

• Finalmente tanto o ethos militar como a cultura judiciária influenciam contraditoriamente o desempenho da atividade policial que se destina a administração dos conflitos na sociedade. Pois ambas tem o objetivo, respectivamente, o combate e o extermínio do inimigo ou a inexorável punição dos transgressores.

• A polícia militar e a polícia civil, estão hierarquizadas de forma excludente e elitizada. • Para mudar isto, e universalizar a formação, os cursos devem ser oferecidos de acordo com critérios de mérito em relação às habilitações específicas dos candidatos ás funções. • Essa formação objetivaria capacitar os policiais para o exercício de suas funções numa sociedade democrática, tendo os direitos e deveres cívicos de todos, como marco delimitador da ação. • Finalmente, seria extrema ingenuidade, acreditar que os resultados dessa política de formação tivessem efeitos a curto e médio