AS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE AS OBRAS DE GIL VICENTE E ARIANO SUASSUNA, EM ANÁLISE “O AUTO DA BARCA DO INFERNO” E “O AUTO DA COMPADECIDA”

AS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE AS OBRAS DE GIL VICENTE E ARIANO SUASSUNA, EM ANÁLISE “O AUTO DA BARCA DO INFERNO” E “O AUTO DA COMPADECIDA”
Larissa Almeida Amaral1
Mariana Morales da Silva2
Resumo: Auto é a denominação para pequenas peças teatrais originadas na Idade Média, tanto Gil Vicente, em 1502, quanto Ariano Suassuna nos apresentam obras de parecido valor estrutural, demonstrando muitas das influências da literatura portuguesa na literatura encontrada atualmente no Brasil.
Palavras chaves: Barca do Inferno; Compadecida; Diferenças; Semelhanças.
INTRODUÇÃO
Auto é a denominação para pequenas peças teatrais originadas na Idade Média, no início tinha caráter religioso se popularizando, por fim. Gil Vicente é considerado o real criador do teatro português, por ter sido o autor da obra introdutória desta modalidade em Portugal.
Auto, segundo Moisés (1974, p.49) é o termo relacionado aos mistérios e moralidades, e talvez deles proveniente. O auto designa "toda peça breve, de tema religioso ou profano, em circulação durante a Idade Média". Este gênero, corresponderia a um ato que "integrasse espetáculo maior e completo”.
Predominante Ibérico, o auto, chegou a Portugal em 1502. Quando Gil Vicente representa o “Monólogo do Vaqueiro” ou “Auto Visitação” em comemoração ao nascimento do filho do rei de Portugal com sua segunda esposa. No século XVII foi desaparecendo paulatinamente da corte portuguesa.

Moisés ainda afirma que o auto vicentino chegou ao Brasil por intermédio do Padre José de Anchieta, que adotava em seus trabalhos educacionais e de catequese dos indígenas o emprego do mesmo. Com o tempo, o gênero foi-se mesclando com a cultura local, tornando-se manifestação popular e folclórica em que o enredo começou a ser acompanhado predominantemente por canto e danças. Hoje, a concepção de auto, segundo Cascudo (2001), refere-se a encenações de enredos populares com melodias tratando de assuntos religiosos e profanos, representados sempre no ciclo