Alice Practice

Poema para Alice (se ao menos ela ainda estivesse aqui...)

As folhas caem no jardim
E Alice a sufocar
No verde lúgubre do seu coração
E as folhas a flutuar

Ninguém pediu seu amor
Ninguém a esperou
E mesmo que ela continue a sufocar
Ninguém irá ligar

Folhas caem do alto do céu
Alice não sabe mais o que cantar
Para as lagartas não importa
Se seu piano é mudo

Cansada em seu próprio castelo de tédio
Alice dança a alegria do nada
Por que ao menos dessa vez
As folhas não caem
Todas as árvores morreram

E logo Alice também iria

Mas antes de partir
Logo avisou que não irá voltar
Mas ela se arrependeu
Tarde demais

As folhas caem nas mãos
Do rei daquelas terras
Olhos rolam no caos
Costas se amontoam no chão

Não chores, ó nobre rei

Ó, cuidado, o chá vai esfriar
Pegue seu sconnes e vá fumar
Não misture listras com açúcar
São mainstream demais

Quem é Alice afinal?
Pare de tentar me batizar
Meu encontro já vai chegou
Vou mostrar aos meus amigos

As árvores crescem esnobes em sua cova
Sorria para o amanhã
Que você nunca terá
Será que você não se cansa de tentar pegar aquele maldito coelho?

Caia na sua própria ignorância
Arraste-se de volta pra mim
Essa batida não faz juz a sua memória
Mas pelo menos embala o meu sono

Será assim tão difícil falar de uma maneira coerente?
Tire logo estas vestes sujas e coloque um pouco de decência
A corte já irá julgar
Sem mais desculpas para dar

Em todo o mundo as pessoas sabem
Que sua pele é alva pois você chora todas as cores que te admiram
Veneno escorre pelos teus cabelos
Mas ainda quero você aqui

Guarda-chuvas incompetentes
Não puderam cuidar de você
Chuva de folhas iram lhe afogar
E mais uma vez você irá sufocar

Gritos e gritos

Ei, Alice, hora de acordar!