Acumulação capitalista e o movimento do capital
Acompanhando a teoria social marxista, NETTO e BRAZ destacam, em suas elaborações iniciais sobre a crítica da economia política, o trabalho como categoria decisiva e “motriz” do surgimento e do desenvolvimento do ser humano, social. Pelo trabalho, o homem se “eleva” da natureza, produzindo (teleologicamente) um mundo de objetos, relações e valores inéditos, inexistentes na natureza. Pelo trabalho, o homem “se humaniza”, se constitui como tal, constitui categorias e complexos especificamente humanos, ou seja, categorias e complexos que só existem no ser e no mundo dos homens, tais como consciência, linguagem, socialidade etc.
Ao longo de sua história, os homens produzem a própria vida, a partir das condições herdadas pelas gerações precedentes, criando sobre esta base novos objetos, relações e situações, crescentemente sociais, os quais são legados para as gerações sucessivas. Há, neste sentido, uma conexão materialista na história humana, que aponta para a tendência do crescente domínio da natureza.
Contudo, é preciso considerar o lugar concreto que o trabalho ocupa em cada formação social ou modo de produção particular, histórico. O trabalho é força motriz que engendra historicamente, por exemplo, a capacidade da produção de excedente, a mercadoria, a propriedade privada, as classes sociais, as leis, o direito, a economia. Os quadros que seguem apresentam alguns elementos introdutórios que permitem evidenciar como o ser social organiza suas relações de produção e reprodução ao longo de determinados períodos históricos, ao longo de diferentes modos de produção.
Note-se que no modo de produção capitalista, o trabalho subordina-se ao capital: a força-de-trabalho se torna uma mercadoria, comprada pelo capitalista, constituindo parte orgânica do capital.
|Período Paleolítico