O PÚBLICO E O PRIVADO NA GESTÃO PÚBLICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO PÚBLICA

O PÚBLICO E O PRIVADO NA GESTÃO PÚBLICA
Nota sobre a dicotomia público/privado

Caros alunos,
O breve texto a seguir busca oferecer uma visão alternativa sobre a definição de “público”.
Minha intensão é apresentar um novo referencial para que vocês reflitam sobre o significado desse conceito, que é absolutamente fundamental para a compreensão de relações históricas e contemporâneas entre Estado e sociedade.
A definição de “público” é importante, também, pois, como argumenta o prof. Ricardo
Corrêa Coelho (autor da apostila), é a partir da clara percepção do que é “público” que se estabelece a noção do que é “privado”. Em outras palavras, a contraposição entre os termos
“público” e “privado” nos faz constatar que o primeiro é o termo forte e o segundo é o termo fraco, na medida em que, frequentemente, o “privado” é conceituado como aquilo que “não é público”. Muito mais rara é a ocorrência do contrário (Bobbio, 2007).
Para definirmos “público”, iremos recorrer à obra “O Estudo da Administração Pública”, publicada em 1955 (traduzida e editada no Brasil em 1964) por Dwight Waldo, cientista político estadunidense que desenvolveu reflexões importantes sobre governança pública e burocracia, tendo lecionado por mais de vinte anos na Universidade da Califórnia (Berkeley).
Para favorecer a compreensão do que é “administração pública”, Waldo detalhou o significado do substantivo “administração” e do adjetivo “público”. A segunda conceituação nos interessa especialmente, mas, vamos passo a passo.
Podemos entender a “administração” como um tipo de esforço humano cooperativo que possui um alto grau de racionalidade. A ação humana é cooperativa se produzir efeitos que estariam ausentes caso a cooperação não se efetivasse. A ação humana é racional quando é calculada corretamente para realizar determinados objetivos. Em outros