O movimento sofista

O MOVIMENTO SOFISTA
Resumo da obra de: G. B. Kerferd
Capítulo 9 - Relativismo sofista

Nesta obra o autor trata o relativismo de forma diversa, a começar pelas distinções do logos em três áreas principais de aplicação, a saber: na linguagem, no pensamento e no kosmos. Diógenes de Laércio relata ter sido Protágoras o primeiro a discernir a existência de dois logoi. Cita ainda a célebre frase: "O homem é a medida de todas as coisas"... Uma marca bastante característica do pensamento sofista foi, sem dúvida, o uso de antilogias que induziam os adversários a perceberem suas posições contraditórias, justamente por implicarem a negação de si mesmas. Nesse particular Zenão era tido como mestre em calar seus opositores, refutando suas posições prediletas e reduzindo-as a pura contradição. Para Protágoras, em seu pensamento do homem-medida, o vento era frio para quem o percebia frio e não frio para quem assim não o percebia frio. Deste modo, Protágoras estabeleceu também o pensamento de que todas as percepções são verdadeiras, não havendo assim percepções falsas, sendo elas mesmas percepções incorrigíveis. Por fim, a partir de Protágoras, dentro do movimento sofista, interpreta-se objetivamente, com a opinião de que o vento é em si mesmo frio e quente ao mesmo tempo; o quente e o frio coexistem e subsistem no mesmo objeto físico. Assim uma pessoa percebe a característica quente e outra pessoa percebe a característica fria do vento ou de qualquer outra coisa.

Nesta mesma esteira de pensamento do movimento sofista, nomes como Górgias, Melissos e Isócrates, partilham, entre outros, do mesmo esforço em estabelecer uma argumentação retórica em contraponto aos filósofos pré-socráticos que focam o pensamento na physis. Górgias, por sua vez, elaborou a doutrina da persuasão que consiste em fazer que uma opinião pareça preferível a outra opinião. Com isso, um modo de classificar os argumentos preferidos passou a ser orthos;