O mestre ignorante

O MESTRE IGNORANTE
5 lições sobre a emancipação intelectual
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Joseph Jacotot, fran­­cês que viveu no contexto pós-Revolução Francesa, exilado nos países baixos, num tempo em que a França buscava colher os bons frutos de uma revolução jamais vista antes, foi a chamada “voz da dissonância”, no que diz respeito ao processo da pedagogia.
Explica-se: numa sociedade onde as instituições foram extintas (saía-se da monarquia absolutista e adotava-se a república burguesa) e substituídas por uma nova ordem de ideias que deveria vigorar por pressupor-se mais adequada, cientificamente e politicamente, por meio daqueles revolucionários que fizeram e ganharam a revolução, esperava-se, num momento posterior a toda aquela efervescência típica das grandes inquietações sociais que alguma nova instituição pudesse levar ordem ao novo sistema político/econômico para o futuro desenvolvimento da sociedade, sob os seus novos parâmetros sociais.
Sendo assim, a sociedade pós-Revolução Francesa, almejadora desta nova ordem revolucionária como proporcionante de um progresso social, atribuiu à instrução pedagógica o lugar/procedimento ideal para, de dupla forma, passar os conteúdos vigentes da nova ordem àqueles que dela fazem parte, donde os mais sabedores deste conhecimento reproduziriam seu conteúdo às novas gerações e, àqueles que apenas lhe tomassem ciência, que pudessem contribuir para o bem social sabendo onde estão inseridos nesse contexto da nova sociedade francesa:

(...) o que deveria, portanto, arrematar a era das revoluções era a sociedade da ordem progressiva: a ordem idêntica à autoridade dos que sabem sobre os que ignoram, ordem votada a reduzir tanto quanto possível a distância entre os primeiros e os segundos.

Entretanto, como dissemos no início desta explanação sobre o francês Jacotot, não era esse o entendimento com o qual compactuava. Antes, pelo contrário, via na educação e sua pedagogia uma forma de potencializar as condições inerentes a cada indivíduo