o eu das coisas

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação
XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010

Outros grafites.
Outras topografias, outras medialidades1
Fabrício SILVEIRA2
Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, RS
Resumo
Basicamente, o texto faz dois movimentos: primeiro, faz um mapeamento das formas atuais do grafite – relaciona artistas de rua, casos e experiências interessantes que possam estar indicando os rumos e as tendências do grafite nas cidades contemporâneas; em seguida, faz sondagens e sistematizações de natureza conceitual, buscando compreender, por um lado, o modo como o grafite hoje se define e, por outro, as múltiplas facetas de sua relação com as lógicas e as formas midiáticas. Os movimentos feitos não são estanques nem dissociáveis. Ao contrário, correspondem-se e alimentamse mutuamente ao longo do artigo.
Palavras-chave
Grafite; mídia; arte urbana; medialidade.

No miro más televisión / No hay nada para ver / Salgo a pasear por la ciudad / Y en un disparo una canción / Se hace graffiti en mi / Un graffiti en mi interior /
Me dice que mañana es hoy
Graffiti – Inmigrantes

Não é difícil perder-se tentando enumerar ou catalogar as diversas versões contemporâneas do grafite. Além de múltiplas, as formas atuais da grafitagem também proliferam muito rapidamente – no ritmo acelerado de nossos dias, na velocidade com que os próprios avanços tecnológicos nos assaltam – e alastram-se por campos e domínios expressivos aparentemente inconciliáveis. Essa tendência a pulverizar-se, estilhaçar-se a partir de dentro, a partir de um núcleo mais ou menos perceptível, e mais ou menos mantido, é em parte expressa, por exemplo, no título de um recente (e premiado3) documentário sobre o tema: Inside Outside. Art, vandalism or vandalism as art (EUA, 2005), dirigido por Andreas Johnsen e Nis Boye M∅ller Rasmussen. O filme, aliás, é