O aborto e a Ética

O aborto e a ética

A palavra ética nos remete a uma reflexão a respeito das ações humanas e àquilo que é socialmente aceito como certo ou errado. Ora, estando a ética disposta a tornar clara a distinção entre o bem e o mal, faz-se impossível evitar o choque entre o que esta dita e o que de fato é empregado em várias sociedades; ou, ainda, concordar se a ética deve ser mantida acima de qualquer circunstâncias. Em um contexto de dificuldade, por exemplo, uma lei injusta de um Estado autoritário não deveria ser obedecida apesar de antiética?

Quando se observa, pois, essa discussão inarredável a respeito da universalidade da ética, tem-se a impressão de ser difícil julgar um tema tão polêmico quanto o aborto como certo ou errado. Entretanto, quando o critério que se segue é o de que a ética a respeito de um determinado assunto é relativa à sociedade em que se observa, depara-se então com uma pergunta muito bem observada por Álvaro Valls em seu livro O que é Ética: Como era o comportamento, do ponto de vista ético, dos homens da caverna? Pois, de fato, naquele tempo ainda não havia normas de comportamento escritas.
Portanto, existe uma ética suprema quando falamos da igualdade das pessoas e do direito à dignidade humana. Aquela que ultrapassa quesitos como o tempo e a sociedade; aquela que parece pertencer ao homem como uma dimensão própria da sua natureza. Os direitos humanos, intimamente ligado com a ética, abrange a todos, garantindo o direito a vida, que é um bem inalienável. Toda uma questão fundamental se reabre desde esse ponto: O aborto, assim, contraria a ética, uma vez que está indo de encontro a vida. Ora, atacar a vida é, antes de qualquer coisa, atacar a ética.

O juramento médico e o Código de Ética Médica, que afirmam o dever do profissional desta área de respeitar e conservar a vida humana desde a concepção até a morte, mostram claramente a incompatibilidade entre a prática ao aborto e a Bioética. Esta, face a prementes necessidades