IMPORTÂNCIA DA HEMOGLOBINA GLICADA NO CONTROLE DO DIABETES MELLITUS E NA AVALIAÇÃO DE RISCO DAS COMPLICAÇÕES CRÔNICAS

IMPORTÂNCIA DA HEMOGLOBINA GLICADA NO CONTROLE DO DIABETES MELLITUS E NA AVALIAÇÃO DE RISCO DAS COMPLICAÇÕES CRÔNICAS

A hemoglobina glicada é um resíduo de glicose ligado (glicado) ao grupo amino terminal (resíduo de valina) de uma ou de ambas as cadeias beta da hemoglobina A (HbA). A primeira fase de reação entre a glicose e a hemoglobina é reversível e resulta em um composto intermediário denominado pré-A1C ou base de Schiff. A segunda fase é irreversível e resulta em um composto estável denominado A1C. A glicação entre a HbA e o açúcar ocorre de acordo com o nível de glicemia do individuo. A hemoglobina glicada permanece dentro das hemácias e a sua concentração depende, basicamente, da taxa glicêmica média e da meia-vida das hemácias. No diabetes mellitus, a hiperglicemia prolongada é bastante nociva ao organismo. Observa-se uma estreita relação entre níveis elevados de glicose no sangue e surgimento das complicações do diabetes. No decorrer dos anos este descontrole acarreta numa série de complicações orgânicas, resultando em danos teciduais, perda de função e falência de vários órgãos. A dosagem da A1C tem grande importância na avaliação do nível de controle do DM, sendo indicada para todos os portadores de diabetes. A realização deste exame tem a finalidade de acompanhar o tratamento e não de diagnosticar a doença. Alguns estudos demonstraram que manter o nível de A1C inferior a 7% no portados de diabetes reduz o risco de desenvolvimento das complicações micro e macrovasculares da doença em relação ao paciente cronicamente descontrolado. A quantidade de hemoglobina glicada é diretamente proporcional à concentração média de glicose no sangue, e como os eritrócitos têm meia-vida de aproximadamente 120 dias, a medida da quantidade de glicose ligada à hemoglobina pode fornecer uma avaliação do controle glicêmico médio no período de 60 a 90 dias que antecedem a coleta de sangue para o exame, enquanto que a dosagem da glicose reflete na glicemia