A (trans) formação da arte através da tecnologia
Sabemos que o tema tecnologia tem direcionado debates e discussões em diferentes campos do conhecimento: da indústria a educação, da medicina a arte. Seu surgimento, sua rápida expansão e desenvolvimento causaram, e causam, transformações significativas no ser humano e em toda a sociedade.
Ao longo da última década, passamos a nos envolver cada vez mais com os recursos tecnológicos, fazendo deles uma extensão de nossos pensamentos. Presenças constantes e atuantes de máquinas e aparatos tecnológicos no nosso cotidiano tornaram-se comuns. Hoje é difícil imaginar a realização de uma série de atividades habituais sem esses recursos há disposição.
No campo das artes não seria diferente. As tecnologias vêm, cada vez mais, aumentando o seu controle sobre o mundo das imagens, desde seu processo de produção, reprodução, conservação e difusão. As artes visuais, antes classificadas como belas-artes (“belas” implicando não só a beleza da forma visível, mas a superioridade, a perfeição e a ausência de finalidades utilitárias, apoiadas e apreciadas exclusivamente por alguns indivíduos e grupos) começam a se relacionar com o fenômeno da reprodutibilidade técnica, incentivado pela tecnologia.
Artistas iniciam uma apropriação intensiva de recursos tecnológicos disponíveis, tais como: câmeras, projetores, impressoras, satélites, entre outros capazes de reproduzir, gravar, editar, replicar, manipular, disseminar imagens e informações de uma forma economicamente barata, de fácil acesso, seriados e de distribuição rápida. Esta comunicação massiva deu início a um processo que estava destinado a se tornar cada vez mais absorvente: a hibridização das formas de comunicação e cultura.
A arte passa a ser democratizada, acessada não apenas em lugares privilegiados como galerias e museus, mas em locais nos quais podia ser vista por todos, apropriando-se dos meios de comunicação para sua produção e divulgação.