A semelhança entre gorjeta e propina
Publicado em 09/05/2013 por Adriana Wilner
Os países em que as pessoas dão mais gorjetas para garçons, taxistas, cabeleireiros, etc., tendem a apresentar as mais altas taxas de corrupção. Sim, o Brasil é um dos líderes na lista, assim como Venezuela, Argentina, México, Colômbia, Índia, Egito e Turquia. No outro extremo estão países como Nova Zelândia, Islândia, Dinamarca e Suécia.
A constatação é de um estudo publicado na revista Social Psychological and Personality Science por Magnus Thor Torfason e Francis J. Flynn, da Harvard University, em conjunto com Daniella Kupor, da Standford University. Os pesquisadores procuraram mostrar como gorjeta e propina não são ações tão distintas, como pode parecer a muitos à primeira vista.
Numa enquete que eles realizaram com norte-americanos, apenas 5,9% disseram acreditar que os dois fatores, gorjeta e propina, são positivamente relacionados, enquanto 11,8% afirmaram que a relação provavelmente é negativa e 78,4% demonstraram crer que uma coisa não tem nada a ver com a outra.
Gratificar é considerado um ato altruísta, enquanto subornar é enquadrado como corrupção. Por esse princípio, como responderam as pessoas entrevistadas na pesquisa, as duas atitudes não teriam qualquer conexão, ou estariam negativamente relacionadas. Mas Torfason, Flynn e Kupor defendem que ambos os comportamentos têm o mesmo fim: conseguir alguma vantagem.
Apesar de mostrar uma correlação positiva entre as duas variáveis, o levantamento realizado em diferentes países trouxe uma questão adicional a investigar. Entre os países em que as pessoas são generosas nas caixinhas, apareceram não apenas aqueles com alto índice de corrupção. Destacou-se um outro grupo, em que propinas são pouco comuns – caso dos Estados Unidos, Canadá, Portugal, Espanha e Áustria.
Torfason, Flynn e Kupor decidiram então estudar dois países em que o padrão é dar gorjetas, mas um, Índia, tem alto índice de corrupção, enquanto outro,