A RIQUEZA DAS NAÇÕES

Capítulo VI
Fatores que compõem o preço da mercadoria
Nas sociedades primitivas, a proporção entre as quantidades de trabalho parece ser o único padrão de troca entre objetos, que são determinadas não só pela quantidade de tempo empregada no trabalho, mas também pela sua dureza, engenho e destreza. À exemplo, trabalhos que exigem certos talentos, terão um valor maior e este será medido além de seu tempo empregado. Esses talentos só podem ser adquiridos mediantes a um longo período de experiência e o alto valor de seu trabalho seria naturalmente uma compensação por sua habilidade. Tal compensação, em sociedades desenvolvidas, é feita pelo pagamento de salários.
Nessa situação, todo o produto do trabalho pertence ao trabalhador. Só a quantidade de trabalho em produzir uma mercadoria pode regular a quantidade de trabalho que ela pode comandar, comprar ou ser trocada.
Alguns detentores de capital o empregarão para a contratação de pessoas laboriosas, fornecerão as matérias-primas necessárias e subsistência, visando obter lucro com a venda do trabalho dessas pessoas ou com o valor que o trabalho dessas pessoas acrescenta em determinados materiais.
Ao trocar certo produto por dinheiro ou trabalho, além do suficiente para pagar o preço dos materiais e os salários dos trabalhadores, deverá restar algo para pagar os lucros do empresário, para pagar seu trabalho e o risco que assume ao investir em determinado negócio.
O valor que os trabalhadores acrescentam aos materiais desdobra-se em dois componentes: os salários dos trabalhadores e os lucros do empresário (devido ao capital investido e o salários que adianta). Afinal, o empresário necessita restituir o estoque e o patrimônio ou capital investido.
O lucro do empresário é regulado de forma diferente dos salários, não tendo nenhuma proporção com a quantidade, dureza ou o engenho do trabalho que inspeciona ou dirige. É regulado, por sua vez, pelo valor do capital ou patrimônio empregado, sendo o lucro maior ou menor