A psicologia do senso comum

1962 palavras 8 páginas
A Psicologia do Senso Comum e o Discurso Jornalístico*.
Gilberto Lucio da Silva**
"Somos freqüentemente obrigados, por propósitos terapêuticos, a nos opormos ao superego e nos esforçarmos para diminuir suas exigências.
Exatamente as mesmas objeções podem ser feitas contra as exigências éticas do sugerego cultural."
Sigmund Freud, O Mal-estar da Civilização Tentamos apreender o sentido de um fenômeno rotineiro no quadro sócio-cultural brasileiro nas duas últimas décadas: a quase sempre simpática e tranquilizadora presença de profissionais "psi" concedendo entrevistas nos programas televisivos, jornalísticos ou não, participando de debates nas emissoras de rádio, e tendo publicadas suas opiniões em jornais e revistas. Estes são convocados enquanto "especialistas na alma humana", conhecedores e mestres da intimidade mais recôndita e das camadas mais profundas da mente, a prestar serviços à comunidade através de sua compreensão esclarecida e esclarecedora.
O questionamento que podemos fazer a partir desta constatação é o que estes profissionais estão fazendo na mídia? O que comunicam? De que modo o fazem? O que leva as emissoras de rádio e televisão e as redações de jornais e periódicos a colocá-los na pauta? A respeito do que falam? Com base em que ponto de vista?
Quais as regras que podemos observar no campo jornalístico? Em primeiro lugar, a limitação do tempo. Na televisão, bem como no rádio, tempo é dinheiro, e as demandas dos patrocinadores hão de ser respeitadas. O profissional além de falar no tempo que lhe é atribuído, ainda deve fazê-lo de uma maneira que possa ser compreendido por todos os ouvintes. Em nome da conveniência da audiência, o tema tem de ser tratado de modo a que todos os indivíduos que a ele tem acesso consigam reconhecer-se nele. A audiência decide o que deve ser dito, em última análise.
Esta "mentalidade-índice-de-audiência" costuma criar um último problema, característico do campo jornalístico. O mundo social é

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