A noção de liberdade no emilio de rousseau

A NOÇÃO DE LIBERDADE NO EMÍLIO DE ROUSSEAU

Segundo Rousseau, uma educação adequada é aquela que respeita a liberdade física da criança. Quando a criança conclui alguns progressos, e as suas faculdades estão finalmente desenvolvidas, alcançando o estágio em que deveremos considerá-la um ser moral, sua verdadeira liberdade, segundo Rousseau se transforma numa liberdade da vontade. A criança é livre quando é capaz de realizar a sua vontade. A vontade da criança para o autor, é ser capaz de bastar a si mesmo, sem apresentar nenhuma dependência externa. Algumas crianças parecem nem mesmo atingir esta liberdade, vivem numa espécie de escravidão em relação às suas necessidades e paixões. Querer satisfazer suas necessidades artificiais significa submeter-se à vontade dos outros. Para o autor do Contrato Social, a dependência à vontade particular constitui o pior dos males, e todo golpe à liberdade individual se resume na sua dominação, por uma outra vontade particular. “A espécie de felicidade que preciso” diz Rousseau, “não é fazer o que eu quero, mas não fazer o que não quero”. Francisque Vial em sua obra sobre a doutrina da educação de Rousseau, identifica o princípio básico que exprime melhor a filosofia do Emílio : a educação deve ser, ao mesmo tempo, pela e para a liberdade. O respeito à liberdade deve ser presenciado, desde os primeiros instantes em que a criança saiu do seio de sua progenitora. Com o seu crescimento, a criança deve ganhar espaço para se deslocar com toda a liberdade, e praticar jogos que lhe possibilitem o exercício dos membros. O bom educador não é aquele que torna a vida fácil à criança, não é tampouco aquele que pratica um modo de vida espartano, sem nenhuma consideração por seu ritmo de desenvolvimento. A educação de Emílio lhe permite resguardar a tranqüilidade da alma, e preservar o seu “lugar” em meio aos acontecimentos. É assim, que o aluno imaginário aprende uma profissão, e adquiri a