A noção de liberdade no emílio de rousseau

ANDRADE E SILVA, Luís Felipe Neto, A noção de liberdade no Emílio de Rousseau. Trans/Form/Ação, São Paulo, 28(1): 109-118 2005.
Após desenvolver argumentos centrais acerca da constituição de noção de liberdade, segundo o Emílio, isto é, segundo as duas etapas que caracterizam o seu conteúdo, a educação pela liberdade e a educação para a liberdade, RUSSEAU revela que “o homem nasceu livre e por toda parte se encontra sob grilhões”. Inicialmente, o autor mostra que se a liberdade é um bem e a necessidade de movimento é a sua primeira manifestação, o uso “desnaturado” da mesma representaria um excesso condenável, pois toda justificação desta prática não passaria de raciocínios inúteis da nossa falsa sabedoria jamais confirmados por nenhuma experiência. A liberdade de movimento deve ser preservada quando a criança cresce, uma vez que os seus efeitos serão benéficos para o desenvolvimento do seu corpo.
Entretanto, existem algumas crianças, que não parece nem mesmo atingir esta liberdade imperfeita e vivem, por isso, numa espécie de escravidão em relação às suas necessidades de paixões. Mas este fenômeno não pode ser atribuído a natureza, a servidão que dela decorre é fruto de uma educação deficiente que não soube “distingui com cuidado a verdadeira necessidade natural, da necessidade de fantasia que começa a nascer”. O autor define que ser livre não seria mais fazer o que se quer, mas sim, não estar submetido a uma vontade particular.
O artigo também aborda que ao longo do Emílio, Rousseau reitera incansavelmente a sua recomendação segundo a qual é preciso respeitar a liberdade da criança e criar à sua volta um clima propício para a sua reprodução, define também como um bom educador deve desenvolver essa liberdade, o autor mostra ainda que renunciar a liberdade é renunciar à qualidade de homem; aos direitos da humanidade. E para tanto propõe dicas de como adquirir a verdadeira liberdade, e de como trabalhá-la.
A proposta do artigo- é reconstruir argumentos feitos