a mulher portuguesa

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Por imposição histórica, a mulher ocupava um papel secundário na família, dependendo do homem e sendo responsável pelos filhos. Isto implicava que o poder estivesse todo concentrado no marido, de tal forma que era permitido que o homem maltratasse a sua mulher, que lhe devia obediência.
Nas obras de Eça de Queirós, assim como em muitas obras deste século, a mulher, nomeadamente a sua condição e a sua função, foi um tema sobre o qual se debruçou muito boa gente. Particularmente, Eça defendia que a sociedade da época privava a mulher da seriedade e da razão. Mas, apesar disso, Eça critica mais a mulher do que a defende, nomeadamente ao nível das suas atitudes, apesar de ter em conta que a culpa não é dela na totalidade, mas sim da educação que lhe foi transmitida, isto é, da sociedade. Critica-a a figura feminina principalmente pela prática de adultério, que o autor encara como um acto repugnante. Fá-lo com um olhar satírico, com um tom irónico, deixando da mulher uma imagem de um ser demasiado falível, fútil e insaciável, portador do pecado e da tentação.
Com isto, podemos concluir que a mulher portuguesa no século XIX era subalterna, isto é, completamente dependente do homem, sendo assim uma “personagem secundária” na família. A sociedade não lhe votava o respeito e a seriedade da qual era merecedora, tendo já um “molde” predefinido como esta deveria ser: apenas a acompanhante do homem, dona de casa, sem capacidade de sobreviver por conta própria, sendo esta a razão pela qual a culpa de certos comportamentos por parte da mulher era mais da sociedade que a “moldava” assim, do que propriamente dela, segundo Eça, embora ele não isentasse, com isto, a mulher de toda a culpa, visto que também a achava responsável.

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