A mediadora -Crepusculo

1. PRIMEIRA VISTA

Esta era a hora do dia que eu queria ser capaz de dormir.

Colegial ou purgatório? Era essa a palavra certa? Se houvesse alguma forma de redimir os meus pecados, isto devia fazer parte do relatório, de alguma forma. O tédio não foi algo que cresceu como de costume; cada dia parecia mais impossível, mais monótono que das últimas vezes.

Suponho que esta fosse a minha forma de dormir - se fosse definido como sono o inerte estado efetivo entre períodos.

Eu olhei as rachaduras que corriam através das extremidades do gesso no canto do refeitório, imaginando os padrões em que eles não estavam. Foi uma maneira de não notar as vozes que murmuravam como o brotamento de um rio dentro da minha cabeça.

Várias centenas dessas vozes que eu ignorava, fora do sério.

Quando se tratava da mente humana, eu já tinha ouvido de tudo e mais um pouco. Hoje, todos os pensamentos eram consumidos com a insignificância de um novo drama, para além do pequeno corpo estudantil daqui. Não levou muito tempo para ouvir todos eles. Eu vi um novo rosto repetido no pensamento de todos, após lê-lo por todos os ângulos. Era uma simples menina humana. A empolgação durante a sua chegada era perceptivelmente previsível - como um objeto sobre os olhos brilhantes de uma criança.

Metade das ovelhas eram do sexo masculino - como eu já imaginava, caídos de amores por ela, só porque ela era algo novo para olhar. Eu tentei o mais difícil, sintonizar os pensamentos para fora.

Só havia quatro vozes que eu bloqueava mais por cortesia do que por desgosto: minha família, meus dois irmãos e duas irmãs, que já estavam tão acostumados com a falta de privacidade quando estavam ao meu lado que já nem pensavam nela. Eu dei-lhes aquilo que eu podia chamar de privacidade. Tentei não dar ouvidos, se isso pudesse ajudar.

Mesmo tentando, ainda assim… Eu sabia.

Rosalie estava pensando, como de costume, sobre ela mesma. Ela havia apanhado de vista o seu perfil, refletido por fora