A intolerância na contemporaneidade

817 palavras 4 páginas
O mistério do silêncio.
Para o homem profano e inexperiente, o silêncio é uma simples ausência de ruídos, sobretudo de ruídos físicos.
E, como o ego humano vive no ruído e do ruído, o silêncio representa para o homem profano a morte. O homem comum se afoga literalmente no oceano pacífico do silêncio. Um padre, interrogado se fazia de manhã uma hora de silêncio meditativo, respondeu-me que, se o fizesse, iria enlouquecer. Uma senhora, muito religiosa, afirmou-me que tinha certeza de quem nem ela nem ninguém eram capazes de fazer meia hora de meditação.
Ouve-se falar muito sobre o que Jesus disse e fez, mas não se fala sobre o que não disse e não fez, por exemplo, sobre os dezoitos anos de silêncio em Nazaré e sobre os quarentas dias de silêncio no deserto.
Moisés e Elias passam quarenta dias de silêncio na solidão com Deus.
Francisco de Assis passa meses inteiro de silêncio nas alturas do Monte Alverne, depois do que apareceu o Cristo crucificado e lhe imprimiu as suas chagas.
Paulo de Tarso, após a sua conversão em Damasco, retira-se para os desertos da Arábia, onde permaneceram três anos em solidão com Deus.
Rabindranath Tagore e Mahatma Gandhi praticavam logos períodos de silêncio.
A ordem dos trapistas, um de cujos membros Tomas Merton se tornou ultimamente célebre por seus escritos, vive praticamente a vida inteira em permanente silêncio. Sobre a Trapa perto de Paris, se vê esta legenda: “O pesar de viver sem prazer bem vale pelo prazer de morrer sem pesar”.
Um dos maiores tesouros que o Cristianismo oficial perdeu nestes últimos séculos foi, sem dúvida, o tesouro do silêncio dinâmico. E talvez seja esta uma das principais razões da sua ineficiência na sociedade humana.
Silêncio é receita – ruído é despesa. E quem tem mais despesas do que receitas abre falência. Aliás, esta nossa pobre humanidade de hoje está permanentemente falida.
Quando digo aos profanos que grupos da “Alvorada” fazem periodicamente o seu Retiro Espiritual de três, nove e até

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