A INDISCIPLINA E AGRESSIVIDADE NO CONTEXTO FAMILIAR E ESCOLAR
É possível afirmar, pois que, na contemporaneidade brasileira, as relações entre a clientela e os agentes escolares podem ser aglutinadas em torno de um eixo que se estende desde um convívio integrador e um dia a dia generoso e inclusivo até o seu oposto, isto é, confronto abertos e um sem número de micro-sanções; enfim, um dia a dia regido por uma espécie de tensão ininterrupta e excludente. Indisciplina, agressividade, revanchismo e apatia são alguns sintomas levantados pelos educadores; todos eles ao que parece, decorrência da pouca credibilidade institucional auferida pelas agencias escolares entre sua clientela e pública mais imediato, as famílias. Tudo se passa como se os educadores não mais desfrutassem do antigo respeito à sua figura de autoridade o que antes estava assegurado pelo simples fato de serem mais velhas ou se apresentarem como porta vozes exclusivos do conhecimento acumulado historicamente ou ainda por exercerem um ofício reconhecido publicamente pela dedicação, experiência e responsabilidade que lhe são requisitos. Freud (1914) no texto algumas reflexões sobre a psicologia do escolar nos faz refletir sobre tal relação, enfatizar que:
A psicanálise nos mostrou que as atitudes emocionais dos indivíduos para com outras pessoas que não são de tão extrema importância para seu comportamento posterior, já estão estabelecidas numa idade surpreendentemente precoce. (FREUD, 1914 p.248)
O fato de duas ou mais pessoas se encontrarem com propósito educacionais, é em si, um acontecimento importante a considerar, pois desde que existem serem humanos, existem pessoas ensinando e pessoas aprendendo. É sempre bom lembrar também que um aluno indisciplinado em relação a um professor nem sempre é indisciplinado em relação a outros. Suas atitudes, portanto, parecem ser algo que desponta ou se acentua dependendo das circunstancias, e, por extensão, despersonalizar nosso enfrentamento dos dilemas