A Compressão do tempo e espaço e as contradições do Modernismo

Vanessa Camargo Gomes
201012064
Design 3º ano 2013

Crítica ao texto “Ornamento e Delito”, de Adolf Loos.

Loos, em seu texto, escrito no início do século XX, mais precisamente em 1908, faz uma dura crítica à arte da ornamentação, identificando-a como uma atividade ultrapassada e incoerente com os novos tempos e com o homem moderno. Segundo ele, “o que é natural na criança ou no papua, é no homem moderno um aspecto de degeneração. [...] A evolução da cultura é equivalente à retirada de ornamentos dos objetos usuais”. Ele, a princípio, começa o seu texto comparando o crescimento do homem desde o seu nascimento até a idade adulta com a desenrolar da história da humanidade, além de trazer a tona o hábito do povo Papua, que usa do desenho como uma importante forma de comunicação, validando assim sua utilização de ornamentos como parte de um processo de evolução até chegar ao homem moderno do início do século XX, onde o ornamento seria dispensável. Ele acreditava, dessa forma, que os objetos deveriam ser lisos.
Para defender seu ponto de vista, ele acusa, por exemplo, o incentivo da prática do ornamento pelo Estado, “cuja tarefa é deter os povos nos seus desenvolvimentos culturais”, além de dizer que para ele, e para todos os homens cultos de sua época, o ornamento não aumenta a alegria de viver. Está claro, até aqui, que Loos tem uma preferência pessoal contra a ornamentação, postura condizente com o espírito das transformações do início do século XX, tendo grande apresso à modernidade e às coisas novas e repúdio às coisas atrasadas (há, aliás, um momento do texto que ele faz uma exaltação a America do Norte). Porém, neste texto especificamente, seus argumentos não são suficientemente convincentes, pois ele trás até aqui aspectos subjetivos do tipo “gosto” ou “não gosto”. E a mesma postura continua quando ele diz que os pratos pomposos do século anterior não lhe causam fome – o que, de certa maneira, não deixa de ter razão, afinal, comida é feita para se